quarta-feira, 2 de março de 2011

Nota de Prova: Norton Malbec 2006

Norton Malbec 2006 (Tinto)



Região: Argentina

Castas: Malbec

Produtor: Bodega Norton

Preço: 30 Reais

Álcool: 13,5%

Enólogo: Jorge Riccitelli

Nota de prova: Cor avermelhada e aromas atractivos de fruta vermelha madura aliados a especiarias, nomeadamente a pimenta preta, na boca é um vinho agradável e de prova fácil, continua frutado e especiado e revela uns taninos bem polidos e muito equilibrados, tem um final curto/médio de comprimento e persistência, respectivamente.


Classificação: 15,5 pontos (no total de 20)


Prova cedida ao Clube de Vinhos por : Pedro Rafael Barata (osvinhos.blogspot.com)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Como avaliar um vinho?


Como avaliar um vinho?

Em primeiro lugar, em meu entender, um vinho é feito para apreciar, sentir, saborear e não para avaliar. No entanto, é interessante atribuir pontuações ao vinho que vamos provando, principalmente porque a maior parte dos vinhos apenas os provamos 2 ou 3 vezes na vida (dai que seja interessante a cada momento que provamos um novo vinho anotarmos a nossa classificação pessoal para esse vinho. Mesmo para vinhos que já provamos é interessante fazer nova classificação, e quase sempre a classificação difere da primeira que fizemos, por varias razões, seja por o próprio vinho ter mudado ou até porque os nossos gostos pessoais face ao vinho alteraram.
Para avaliar um vinho não é preciso ser um especialista em vinhos, pois a avaliação feita irá refletir o gosto de quem o está a provar, para mim o vinho X pode ter uma classificação e para o meu vizinho de mesa pode ser uma classificação muito diferente e se isto acontecer não significa que um dos dois errou na avaliação, simplesmente demonstra gostos diferentes entre os dois.
Há muitas formas de classificar um vinho e ao mesmo tempo varias escalas. Escalas de 1 a 5, escalas de 1 a 20, de 1 a 25 ou de 1 a 100. Destas escalas apresentadas há duas que acabam por ser mais utilizadas, a escala de 1 a 100 e a escala de 1 a 20. Pessoalmente prefiro a escala de 1 a 20 pois em meu entender é uma escala mais simples de usar e aquela que mais se adequa para que os não especialistas de vinho possam fazer as suas próprias avaliações.
Deste modo, vou tentar explicar um pouco de como funciona esta escala de 1 a 20.
Basicamente, esta forma de avaliar o vinho divide a prova em vários momentos e atribui a cada um desses momentos um valor mínimo e máximo que se deve dar.
A Cor é um dos fatores a analisar em primeiro lugar. Para analisar corretamente a cor do vinho é importante ter em atenção alguns pormenores, primeiro a taça onde vamos servir o vinho deve ser totalmente transparente e devemos depois usar um fundo neutro(branco) para poder analisar o vinho(um guardanapo é uma boa opção). Depois disto observe a cor do vinho atentamente e descrevo o que observa pelas suas próprias palavras, não se preocupe em usar os termos usados pelos especialistas em vinhos, use as suas palavras. Para os vinhos Brancos as cores observados podem ir desde uma quase ausência de cor, passando por alguns tons de esverdeado até aos diversos amarelos. Paro o vinho tinto as cores podem variar por todas as tonalidades de vermelho e alguns azuis (quase violeta) até ao vermelho tijolo. A cor do vinho depende de alguns fatores, entre os quais se destaca a casta das uvas que o integram até á idade do vinho. Avaliando a cor do vinho atribua um valor entre 0 e 1 de acordo com a sua opinião.
A Claridade do vinho é outro dos aspetos a ter em conta. A maior parte dos vinhos comerciais não apresenta problemas de claridade, pelo que devem receber um ponto neste item de avaliação, no entanto se o vinho se apresenta “turvo”, com uma espécie de “nevoa” que o impede de ver a outra face do copo e se essa “nevoa” se mantiver mesmo depois do vinho decantado deve dar 0 neste item ao vinho.
Aroma/Bouquet, este é outro dos aspetos, para muitos um dos mais importantes. Agite com firmesa o copo de modo a fazer sair os aromas, aproxime o copo do nariz e sinta a variedade de aromas que o vinho lhe oferece, escreva no papel todos os aromas que identificar no vinho (nota importante: muitas vezes vemos analises de vinhos que referem aroma a determinada coisa e depois provamos o mesmo vinho e não sentimos nada parecido, é normal isso acontecer, pois o nosso olfato apenas é capaz de identificar aromas que já tenhamos sentido anteriormente, por isso nos cursos de vinhos se usam kits de aromas para que os alunos se familiarizem com os diversos aromas que podem existir no vinho (mais de 1000)). Por isto não se preocupe em procurar os aromas que lhe disseram que estão no vinho, procure os seus próprios aromas no vinho. Para saber se os aromas observador por si se encontram dentro dos aromas que o vinho deveria ter é necessário conhecer as castas que compõem o vinho, deste modo podem consultar os seguintes links para saber os aromas típicos das principais castas de vinho(para as outras uma curta pesquisa no Google e encontra-se essa informação) http://www.aromadictionary.com/winemakinglist.pdf 
Deixo também uma imagem sobre os aromas que se podem encontrar.
De acordo com os aromas identificados deve dar uma pontuação entre 0 e 5 pontos a este aspeto da avaliação do vinho. Algum aroma que em seu entender torne o vinho difícil de beber, deve servir para conferir uma nota perto de 0.
Equilíbrio, Tome um gole de vinho e faça-o rolar pela boca, algo parecido com um bochechar e antes de cuspir o vinho deixe entrar um pouco de ar. Embora o termo equilíbrio seja um termo muito subjetivo , toda a avaliação é subjetiva, aqui devemos ter em atenção se nenhum dos componentes do vinho sobressei sobre os restantes, por exemplo se os elementos químicos sobressaem dos restantes a pontuação deve ser baixa, mas se existir um equilibro perfeito essa pontuação deve ser alta. Neste item devem dar uma pontuação entre 0 e 5.
Açucares, neste item é preciso ter em atenção se estamos a beber um típico vinho seco ou se estamos a beber um vinho de sobremesa (por exemplo um vinho do porto). Se se tratar de um vinho seco mas sentirmos o açúcar ao beber o vinho deve dar-se 0 pontos, se por outro lado os açúcares forem quase impercetiveis deve obter pontuação máxima que neste caso é 1. Nos vinhos de sobremesa (doces) a análise deve ser contrária.
Acidez, a acidez de um vinho é em meu entender um dos aspetos principais de um vinho, pois pode tornar um bom vinho num vinho de difícil digestão. Se um vinho for acido, mas ao mesmo tempo é equilibrado por outros aspetos  do vinho(taninos, álcool, sabores, etc) devemos dar-lhe nota máxima(que neste caso é de 2), mas se a acidez desequilibra o vinho ao ponto de o tornar difícil de beber devemos dar-lhe 0 ou perto disso.
Corpo, o corpo de um vinho é a sensação de textura que o vinho deixa na boca. Uma boa forma de analisar o corpo de um vinho é tomar um gole de água, se após isso o vinho que provamos tem um maior corpo (peso), uma maior presença na boca estamos perante um vinho com mais corpo(ou encorpado), se por outro lado se o vinho se aproximar do peso da água na boa é um vinho sem corpo. Quanto maior o corpo do vinho maior deve ser a pontuação, sendo que a mesma vai de 0 até 2.
Taninos, os taninos são os elementos químicos que resultam das sementes da uva e do carvalho onde o vinho pode estagiar (caso tenha estagio em madeira). Conferem estrutura aos vinhos, particularmente aos tintos, sendo indispensáveis à sua longevidade. Um vinho jovem (com capacidade de envelhecimento) deve ter uma boa presença de taninos, esse mesmo vinho com o passar do tempo acaba por ter os taninos mais equilibrados, por isso encontrar um vinho jovem com taninos fortes é bom sinal (principalmente é sinal de que devemos guardar o vinho e voltar a bebe-lo mais tarde). Neste aspeto devemos dar uma pontuação entre 0 e 1. Como os taninos são de mais difícil perceçao o que podemos fazer é engloba-los no item de Corpo e nesse item atribuir uma pontuação entre 0 e 3).
Qualidade Geral, neste aspeto deve dar uma pontuação entre 0 e 2 pontos sendo que a melhor forma de atribuir os pontos é pensar se voltaria a beber esse vinho, se for um Sim definitivo terá 2 pontos e um não claro 0 pontos, valores intermédios dependem da sua avaliação do vinho em causa.
Fazendo tudo isto, que pode parecer muito, mas com o tempo é quase que intuitivo quando se prova um vinho terá sua avaliação do vinho que acabou de provar. Avaliação essa que é muito melhor que qualquer uma que possa encontrar nas revistas ou sites da especialidade, pois é a sua avaliação. Some todos os pontos e terá uma pontuação entre 0 e20. Guarde a sua classificação para mais tarde comparar, seja com o mesmo vinho ou com vinhos parecidos, e nunca se esqueça, o vinho que você mais gosta hoje não serão que mais gosta daqui a 2 anos, por isso prove sempre novos vinhos, experimente novas sensações e acima de tudo aprecie o vinho rodeado de amigos ou família.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Nota de Prova: Chocalan Grand Reserva Blend 2005

Região:Chile

Castas: Cabernet Sauvignon, Carmenere, Syrah, Malbec, Petit Verdot, Merlot

Produtor: Viña Chocalán
Preço: foi oferta

Álcool: 14,5%
Nota de prova:  No nariz apresenta-se como um vinho intenso, em que as notas florais deixam perceber algumas notas de Café e Chocolate(que lhe vem dos longos 14 meses de estagio em Carvalho francês). No paladar é um vinho suave e bastante saboroso em que se podem encontrar notas de amora, cerejas, café e ameixas e algumas especiarias que não consegui identificar(talvez pimenta) pois aparecem muito ténues. É um vinho com os taninos muito equilibrados, o que confere uma boa estrutura ao vinho e um final longo e persistente.
Parece-me um bom vinho para ser harmonizado com alguns pratos de carne assada.


Classificação: 17 pontos (no total de 20)